Fotobioestimulação em Atletas
A fotobioestimulação (FBE) é o nome dado ao método terapêutico que utiliza a aplicação de feixes de luz para estimular os fotorreceptores nas células. Por meio desse mecanismo são geradas reações fotoquímicas tanto dentro quanto fora das células (intra e extra-celulares).1,2
Diversos estudos evidenciam que a FBE pode gerar grandes benefícios para o tecido muscular, em especial devido a sua grande concentração de mitocôndrias, que são as organelas responsável pela produção de energia no corpo, a partir da molécula de trifosfato de adenosina (ou ATP, em inglês). Esse efeito ocorre devido à estimulação da atividade mitocondrial após a irradiação de fótons, que são absorvidos e ativam reações químicas para a produção energética. Dessa forma, a FBE promove aumento significativo na produção de ATP, o que explica seus efeitos sobre as células musculares.3
Outros mecanismos de ação da FBE sobre o tecido muscular também são descritos na literatura, tais como: aumento do metabolismo, inibição do estresse oxidativo, prevenção e regeneração de lesões, modulação gênica pela ativação de fatores de transcrição e aumento na excitabilidade das fibras.4
Por isso, o uso da FBE no contexto esportivo e ortopédico é cada vez mais frequente. Ela acelera a recuperação muscular após a prática esportiva, e já existem diversos trabalhos que validam esse efeito.
Comprovação de Eficácia da Fotobioestimulação em Atletas
Bettleyon et al (2020) avaliou 3 estudos que utilizaram FBE em comparação com placebo na diminuição de marcadores de lesão muscular após a prática de futebol. Foram avaliados o lactato sanguíneo e a creatinofosfoquinase (CPK). As intervenções foram realizadas antes da prática, após à prática e antes e após à pratica. No grupo FBE houve uma redução significativa desses marcadores. 5
Fisher et al (2019) comparou a utilização da FBE com a crioterapia para medir o tempo de recuperação após à prática esportiva e a dor muscular. Foram encontrados resultados a favor da FBE, que se mostrou superior na redução da CPK, marcadores inflamatórios e no lactato sanguíneo após a prática de exercícios extenuantes. 6
Borsa et al (2013) avaliou o efeito da FBE na melhora da função contrátil muscular, na redução da fadiga muscular induzida pelo exercício e na recuperação pós exercício. Os resultados mostraram diferenças significativas a favor do uso da FBE, que produziu um efeito ergogênico e afetou positivamente a performance esportiva, diminuindo o tempo de fadiga, aumentando a recuperação pós exercício e protegendo as células musculares do dano induzido pelo exercício; em comparação com o grupo controle. 7
Leal-Junior et al (2013) avaliaram os efeitos da FBE na performance esportiva e nos marcadores de recuperação pós exercício. Os resultados apresentaram melhora significativa dos principais desfechos avaliados relacionados com a performance, aumento do esforço até a exaustão e aumento do número de repetições. 8
Ferraresi et al (2016) também avaliou os efeitos agudos e crônicos da FBE na performance esportiva em membros superiores, membros inferiores e exercício na esteira. Foram encontrados os seguintes efeitos sobre a resposta aguda:
- • redução da dor muscular tardia causada pelo exercício9,20,21
- • diminuição da fadiga muscular 26,27
- • menores índices de dano muscular 29
- • aumento do número de repetições e do tempo total do exercício até exaustão 10,11,17, 24, 25, 26
- • aumento da força média e do pico de força 12,13
- • diminuição dos níveis sanguíneos de lactato, CPK e proteína c reativa 14,15,18,19,20,21
- • menor perda de amplitude de movimento (ADM) causada pelo exercício 16
- • aumento da contração isométrica voluntária máxima 20,21,22
- • diminuição do declínio no pico de força 23
- • aumento do pico de captação de oxigênio 28
- • melhora da eficiência cardiovascular 28
- • redução do dano muscular 29
- • aumento da performance esportiva 30
Já em relação as respostas da FBE ao exercício aeróbico na esteira, foram encontrados os seguintes resultados: 31,32,33,34.
- • aumento da captação relativa e absoluta do oxigênio;
- • aumento do tempo máximo na esteira;
- • diminuição da CPK e lactato sanguíneos;
- • diminuição da perioxidação lipídica;
- • aumento da velocidade de adaptação do VO2 muscular;
- • diminuição do déficit de oxigênio;
- • aumento do VO2;
- • aumento da tolerância ao exercício;
- • aumento da distância percorrida;
- • aumento da taxa ventilatória;
- • diminuição da dispneia;
- • diminuição da PSE;
- • diminuição do esforço cardíaco até a exaustão
Com relação às respostas crônicas para o uso da FBE, encontrou os seguintes efeitos: 35,36,37,38,39
- • aumento da carga máxima;
- • aumento do pico de torque;
- • diminuição do nível de fadiga;
- • aumento da hipertrofia muscular;
- • diminuição de marcadores de dano muscular;
- • diminuição da expressão gênica relacionada à inflamação e a atrofia;
- • aumento da rigidez muscular;
- • aumento da performance no teste do salto vertical;
- • diminuição da dor muscular tardia
Conclusão: Existe na literatura científica uma enorme quantidade de estudos que comprovam os benefícios do uso da FBE para auxiliar tanto no alcance de alta performance esportiva quanto na prevenção e recuperação (Recovery) acelerada de lesões causadas pelo esporte. Trata-se de um método seguro e eficaz, e que permite reduzir o tempo de recuperação da fadiga causada pela atividade física esportiva. Uma vez que não há o uso de quaisquer substâncias químicas, não existe risco de interação com outros suplementos alimentares ou medicamentos, e também não há possibilidade alguma de comprovar seu uso em exames de sangue, urina, saliva, suor ou fios de cabelo dos testes de antidoping. Os artigos comprovam diversos benefícios na utilização da FBE, e trata-se de um recurso confiável, não-invasivo e seguro, não foram relatados quaisquer efeitos colaterais ou adversos em sua aplicação.
Para saber mais sobre a FBE, acesse o Blog Regenius.
Conheça os 9 Principais Benefícios da FBE
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