A dor na coluna é o principal motivo para consultas ao médico ortopedista, ela também é responsável pela maioria dos atendimentos nas clínicas de fisioterapia.
Segundo a organização mundial de saúde (OMS), 80% dos adultos terão pelo menos uma crise de dor na coluna durante a vida, e algumas pessoas iram evoluir com dor crônica (aquela que dura por mais de 3 meses).
Qual a causa da dor na coluna?
A coluna é formada por 33 ossos chamados de vértebras, e também ligamentos, músculos, nervos e outras estruturas como por exemplo um tipo de amortecedor entre os ossos, chamado de “disco”. Alterações como lesões acidentais, sobrecarga, desgaste e inflamação nessas estruturas podem levar ao surgimento da dor na coluna.
Hábitos inadequados como fumo, sedentarismo, má postura, excesso de peso, movimentos repetitivos; e doenças como hérnias de disco, artrose, desvios posturais, artrites e ansiedade são apenas algumas das possíveis causas para dores na coluna.
Quais são os tipos de dor?
A dor na coluna se subdivide conforme a localização em:
• Cervicalgia: na região do pescoço;
• Cervicobraquialgia: vai do pescoço até o braço ou dedos;
• Dorsalgia: localizada na altura das costelas;
• Lombalgia: parte mais baixa da coluna;
• Lombociatalgia: atinge os membros inferiores.
Podemos classificar a dor também de acordo com o seu mecanismo de origem, entre as quais destacamos:
• Muscular: mais comum causada por distensão e contraturas;
• Neurológica: alteração de temperatura, força e/ou sensibilidade;
• Osteoarticular: causada por desgastes, fraturas e tumores;
• Discogênica: relacionadas às alterações dos discos (ex. hérnia de disco).
Como tratar a dor na coluna?
Consultar um médico especialista é um passo fundamental para o diagnóstico correto, por meio de uma história detalhada, avaliação dos fatores associados e realização do exame físico completo.
Em alguns casos podem ser necessários exames de imagem como ultrassonografia, radiografia (raio-x), tomografia ou ressonância magnética; que podem complementar o exame físico e ajudar no diagnóstico específico.
Os tratamentos devem ser personalizados de acordo com cada situação, dependendo do tipo de dor, localização, tempo de evolução, idade, doenças associadas, e outros fatores individuais. Não existe um tratamento padrão que sirva para todas as pessoas, por isso é necessário o acompanhamento por um profissional especializado.
Antigamente o tratamento para dor era feito apenas com uso de medicamentos, como por exemplo: anti-inflamatórios, corticoides e relaxantes musculares. Essas drogas permitem um alívio parcial, temporário e de curto prazo dos sintomas.
Como não agem sobre a causa da dor, são utilizadas por tempo prolongado, levando a efeitos colaterais graves, e em alguns casos causam problemas de saúde até mesmo piores que a dor responsável pelo seu uso.
Outra opção de tratamento que já foi muito indicada no passado era a realização de procedimentos cirúrgicos. Para realizá-los, é necessária uma estrutura hospitalar, anestesia geral, cortes, e em alguns casos até a internação em CTI.
Os principais riscos relacionados nesses casos são de infecção, sangramento, e como não há garantia de resultado, pode ocorrer até mesmo a piora da dor. Por esse motivo, o tratamento cirúrgico deve ser reservado apenas para as pessoas que não respondem aos tratamentos conservadores.
Existem tratamentos mais modernos, e menos agressivos, como a aplicação de ondas emitidas por aparelhos de última geração, capazes de melhorar o fluxo sanguíneo e liberar fatores de crescimento no local da lesão.Os principais tipos de ondas utilizados no tratamento da dor na coluna são as de origem magnéticas, radiofrequência ou piezoelétricas.
Esses métodos – em conjunto com atividades orientadas – estimulam a renovação das células e fortalecem os grupos musculares específicos, necessários para a sustentação da coluna. Dessa forma, é possível obter o alívio rápido e progressivo da dor, com resultados que se mantém a longo prazo.
Após o tratamento adequado da dor, é importante que se mantenha a prática de hábitos de vida saudáveis, como atividade física regular, alimentação equilibrada e sono restaurador que contribuem para a manutenção da redução no nível da dor, com melhora da qualidade de vida.
Fonte: ALMEIDA, Darlan Castro; KRAYCHETE, Durval Campos. Low back pain – a diagnostic approach. Rev. dor, São Paulo , v. 18, n. 2, p. 173-177, Apr. 2017.
BRAZIL, AV et al . Diagnóstico e tratamento das lombalgias e lombociatalgias. Rev. Bras. Reumatol., São Paulo , v. 44, n. 6, p. 419-425, Dec. 2004.