Essas regiões do corpo são muito importantes pois mantém a sustentação do corpo e a estabilidade ao caminhar. Por isso, ainda que a dor no pé e tornozelo seja leve, é importante descobrir as suas causas e tratá-la o mais rápido possível para que não se tornem problemas crônicos e de difícil controle. O objetivo é evitar que um pequeno problema de hoje se torne uma grande complicação amanhã.
A dor tanto pode ocorrer em apenas um pé (dor no pé esquerdo ou dor no pé direito), sendo as causas, habitualmente, indiferentes à lateralidade. Em alguns casos, embora menos frequente, as dores podem incidir em ambos os pés (bilateral).
As dores no pé e no tornozelo podem ocorrer em qualquer faixa etária, contudo são mais frequentes em adultos, após os 40 anos de idade. Este sintoma afeta pessoas do sexo feminino e masculino de igual forma. No entanto, é mais frequente em atletas, em pessoas que usam calçado impróprio (como por exemplo os sapatos de salto alto nas mulheres), em pessoas com diferença no tamanho dos membros inferiores (pernas), nas alterações da “pisada, marcha”, ou seja, sempre que as forças que os pés devem suportar estão mal distribuídas.
Em crianças, a osteocondrite de Sever é a doença mais frequentemente relacionada com a dor no pé.
Quais são as principais causas da dor no pé e tornozelo?
A dor no pé é um sintoma que pode ser causado por diversas condições. Uma das mais comuns é a fascite (ou fasceíte) plantar, muitas vezes confundida com esporão do calcâneo. Nessa região também podem se apresentar o joanete, o Neuroma de Morton, a artrite gotosa, metatarsalgias e outros exemplos que veremos adiante com maior detalhe.
O tornozelo é a articulação que faz a ligação das pernas e dos pés. Ele é uma estrutura estável composta por três ossos com ligamentos e tendões que mantêm a sua estabilidade. Sua função é receber e distribuir para os pés toda a carga de peso que vem do corpo.
Por causa disso, essa articulação está muito propensa a sofrer sobrecarga e estresse. Essas condições se manifestam em forma de dores, incômodos e até mesmo lesões. Isso torna mais grave quando o indivíduo apresenta uma doença ou problema que deixa os tornozelos mais fracos e sensíveis.
A dor no pé e no tornozelo pode não ser nada muito grave, como também indicar uma condição que exige mais atenção. Algumas das suas causas são:
Problemas na pisada
O modo como uma pessoa sustenta o pé no chão (pisa) pode desencadear a dor no tornozelo. Isso acontece porque existem três tipos diferentes de pisada, sendo:
• Supinada: quando a concentração do peso do corpo é maior na parte de dentro dos pés;
• Pronada: quando a concentração do peso é maior na parte de fora dos pés;
• Neutra: peso é distribuído de forma equilibrada sobre os pés.
No caso das pisadas supinada e pronada a forma como os pés tocam no chão acabam forçando a articulação do tornozelo para dentro ou para fora. Essa posição inadequada causa dor na região e, com o tempo, leva a lesões nessa e em outras articulações.
Entorses
Popularmente chamada de torção no tornozelo, a entorse é uma lesão ligamentar muito comum, que acontece quando ocorre uma movimentação anormal da articulação dessa região, o famoso “dobrar o pé”. Essa posição inadequada força os diversos ligamentos que ajudam a dar estabilidade para a articulação.
A entorse varia em gravidade, sendo classificada em três graus diferentes de acordo com o dano causado nos ligamentos. São eles:
• Entorse de grau 1: ocorrem micro lesões nos tecidos;
• Entorse de grau 2: acontece uma ruptura parcial do ligamento;
• Entorse de grau 3: essa ruptura é total, rompendo o tecido.
Em todos os casos é essencial fazer a reabilitação da articulação para evitar a sua instabilidade no futuro.
Doenças e inflamações
Algumas doenças e inflamações também acometem essa articulação promovendo dor no tornozelo. Entre elas podemos citar aquelas mais comuns que são:
• Tendinite: inflamação que se manifesta quando um dos tendões é danificado, geralmente em função de movimentos repetitivos ou esforço excessivo;
• Gota: doença reumática classificada como condição crônica que provoca inflamação grave nas articulações;
• Artrite: inflamação que afeta uma ou mais articulações do corpo provocando sensações dolorosas e rigidez, tende a piorar conforme a idade avança;
• Artrose: problema degenerativo que afeta os tecidos flexíveis localizados nas extremidades dos ossos. Ele se desgasta, os ossos ficam mais grossos e atritam entre si;
• Artrite reumatoide: inflamação sistêmica das articulações que provoca o desgaste delas causando dores que se manifestam, principalmente, de manhã ou após um longo período de repouso;
• Bursite: Inflamação que afeta as bursas, que são bolsas de líquido que protegem as articulações do corpo.
Como aliviar essa sensação dolorosa?
Quando a dor no tornozelo tem origem inflamatória, ou essa articulação sofreu um trauma como uma entorse, ela pode ser aliviada com uma compressa fria. A baixa temperatura ajuda a desacelerar o processo inflamatório e reduz o inchaço.
Manter o tornozelo elevado também é uma ótima medida paliativa para minimizar inchaços e hematomas provocados por lesões. Lembrando que em todos os casos é importante reduzir a carga de atividades para que o tornozelo se recupere.
O uso de sprays para contusão ajuda quando o problema está nos músculos e outros tecidos flexíveis. No caso de optar por eles, é importante seguir as instruções de uso para alcançar os benefícios esperados.
Quando a dor não cessa, é intensa demais, não é possível movimentar o tornozelo ou apoiar o pé no chão, é fundamental procurar um médico. Isso porque a lesão pode ser mais grave e exigir intervenções complexas.
As manifestações agudas de dor no tornozelo causadas por movimentos repetitivos, sobrecarga, esforço excessivo ou entorses podem ser prevenidas com o uso de tornozeleiras ortopédicas. Elas também ajudam a evitar lesões mais graves.
São ideais para quem pratica atividades físicas de impacto, atletas e pessoas que têm essa articulação fraca ou fragilizada. Afinal, esses grupos estão mais suscetíveis a sentirem dores nessa região.
Existem diversos modelos de tornozeleiras que atendem a diferentes necessidades. A elástica ajuda a dar estabilidade e faz uma leve compressão no tornozelo, mas para quem precisa de um pouco mais de firmeza, o ideal é usar a Aircast, que dá mais sustentação para a articulação — é ideal para quem está se recuperando, a fim de evitar recidivas.
Já a tornozeleira Newprene é ideal para quem precisa tanto de estabilidade como manter a temperatura do tornozelo um pouco mais alta. Esse é o caso de quem sofre com doenças como artrose e artrite, que se agravam com frio.
A prevenção também é feita por meio de alongamentos pela manhã e antes da prática de exercícios. Além disso, no caso de atividades laborais repetitivas ou permanecer muito tempo na mesma posição, é importante fazer pausas regulares para alongar e ativar a circulação sanguínea.
Embora nem sempre seja grave, a dor no tornozelo incomoda bastante e, dependendo daquilo que a está causando, tende a piorar com o tempo. Por isso, é importante cuidar dessa articulação adotando medidas preventivas e buscando a ajuda de um ortopedista sempre que houver dúvidas.
Tratamentos
O tratamento correto começa pelo diagnóstico bem feito, que deve ser realizado por um médico ortopedista. Durante a consulta serão avaliadas as características dos sintomas, os hábitos de vida, o tipo de pisada e alterações da marcha (caminhada). Durante o exame físico o profissional poderá identificar as estruturas acometidas e realizar em caso de necessidade exames de imagem, como por exemplo a ultrassonografia musculoesquelética, que permite já no dia da primeira consulta confirmar a maioria das possíveis causas.
Em casos causados por desequilíbrio de forças forças mecânicas pode ser necessário o uso de órteses ou aparelhos para correção de deformidades ou alívio da sobrecarga em regiões submetidas a estresse excessivo. Na grande maioria das vezes, um reequilíbrio muscular é desejável e pode ser obtido por meio de exercícios orientados de maneira personalizada.
Até alguns anos atrás, a única maneira de tratar essas dores era por meio do uso constante de medicamentos como os anti-inflamatórios, corticóides e outros analgésicos. Além de causarem efeitos colaterais indesejáveis como problemas de estômago, cardiovasculares, diabetes, ganho de peso, eles apenas mascaravam os sintomas e podiam até mesmo permitir que a lesão se agravasse ainda mais, pois a piora da dor não era mais percebida. Nos dias atuais, utilizam-se os princípios da medicina regenerativa para o tratamento dessas lesões, com o objetivo de agir diretamente sobre a causa, revertendo o processo desde sua base. Esses métodos são os mais utilizados em atletas profissionais de elite, clubes esportivos e seleções, e já se encontram disponíveis em algumas clínicas especializadas brasileiras.
Para um rápido alívio dos sintomas, existem métodos físicos como as ondas terapêuticas, que podem auxiliar na redução da inflamação e da dor, e até favorecer a regeneração dos tecidos comprometidos. Entre as principais, podemos citar o ORTOLASER, MAGNETO-REGEN, WAVE-REGEN, entre outras. Em alguns casos mais graves, pode ser necessária a realização de tratamentos guiados por ultrassom, nos quais são realizadas infiltrações no local da dor, com o objetivo de amenizar as queixas e acelerar a reabilitação.
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