A artrite reumatoide é uma doença bastante comum no país. Apesar de parecer pouco por atingir 1% dos brasileiros, o número de pacientes com a doença ultrapassa os dois milhões. E com o surgimento da artrite, podem aparecer sintomas psicológicos como a depressão, a ansiedade e o estresse, devido à dor, ao afastamento social e a preocupação.
Entretanto, o inverso também pode acontecer. Segundo um estudo canadense, pessoas com depressão têm mais chances de desenvolver a doença reumática. Os mecanismos ainda necessitam de mais explicações, porém a depressão pode gerar um ambiente mais propício para a inflamação que pode desencadear a artrite reumatóide.
Nos próximos tópicos, vamos explicar tudo sobre a artrite reumatóide e sobre o estudo que aponta como a depressão pode ser um gatilho para ela.
O que é a Artrite Reumatoide?
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica, sem causas totalmente definidas que afeta, principalmente, mulheres. A doença atinge aproximadamente 1% da população, aparecendo com o avançar da idade e não possuindo uma cura medicamentosa ou terapêutica no momento.
A inflamação crônica provocada pela artrite reumatoide se concentra nas membranas sinoviais, tecidos conjuntivos presentes nas articulações e que servem para reduzir impactos, atritos e facilitar o movimento. O progresso da doença pode causar deformações ósseas e prejudicar intensamente a vida de uma pessoa, afastando do convívio social e do trabalho.
Por afetar as articulações, a artrite reumatóide afeta principalmente:
Pés;
Mãos;
Punhos;
Tornozelos;
Joelhos;
Cotovelos.
Porém, é possível que ela afete também órgãos internos como o pulmão e os rins.
Conheça os sintomas da artrite
O principal sintoma da artrite reumatóide é a dor provocada pela inflamação que pode ser intensa e duradoura, necessitando de atendimento emergencial reumatológico. Porém, os sintomas são variados e, muitas vezes, parecem com os sintomas causados pela artrose, outra condição que atinge as articulações.
Alguns dos sintomas mais comuns são:
Edema e vermelhidão
Como a região está inflamada, é normal o inchaço, a sensação de calor e a vermelhidão que podem passar com o uso de remédios específicos prescritos pelo médico.
Rigidez matinal
É bastante comum que, após períodos de imobilidade, exista uma rigidez nos movimentos articulares. Isso se mostra pela manhã e também em dias mais frios que o normal. Com o tempo, a articulação volta a ter a sua mobilidade.
Fadiga
Pessoas com artrite relatam muito cansaço por conta do esforço e das sensações de dor. Esses fatos se mostram, principalmente, em pacientes ainda não tratados ou não diagnosticados.
Danos na cartilagem articular
A artrite afeta a membrana sinovial, inflamando toda a região; com o tempo, podem surgir danos que não conseguem ser reparados pelo corpo e ocorrer um desgaste completo da região, levando a deformidades ósseas.
As deformidades podem ser o pescoço de cisne, dedos em botoeira, desvio ulnar e joanete, por exemplo.
Além dos sintomas físicos, a artrite pode trazer sintomas relacionados à depressão e à ansiedade. Estudos apontam que é mais comum adultos terem depressão quando se tem artrite do que sem a doença. As pesquisas mostram que cerca de 26% dos adultos com artrite tem depressão, enquanto 10% dos adultos sem artrite teriam depressão.
O diagnóstico da artrite reumatóide é confirmado a partir da presença de alguns dos sintomas por períodos de tempo superiores a um mês e meio. Exames de imagem, além do histórico familiar e análise das queixas, são fundamentais para saber o quadro completo e identificar o tratamento mais recomendado para cada paciente.
Estudo aponta que depressão pode desencadear artrite
Além de poder implicar em quadros depressivos para adultos, a artrite reumatóide também pode ser causada pela depressão. Ou seja, a via entre as duas doenças seria de mão dupla. Isso foi aferido em um estudo realizado pelos pesquisadores da Universidade de Calgary, onde foram analisados casos de 403.932 indivíduos com depressão e mais 5.339.399 sem a doença psicológica. Os dados foram coletados no sistema de saúde britânico entre 1986 e 2012.
Os dados mostraram que 0,54% dos pacientes depressivos desenvolveram quadros de artrite reumatoide com o passar dos anos, enquanto 0,45% dos pacientes que não possuíam depressão observaram o surgimento da doença articular. A variação é bastante significativa, representando uma probabilidade 38% maior de desenvolvimento de artrite reumatóide em quem tem depressão.
Segundo os pesquisadores, a causa para a diferença seria que a doença psicológica aumentaria a concentração e a presença no organismo do fator de necrose tumoral alfa, que ajuda a desenvolver quadros da artrite reumatoide. Lembrando, aliás, que a esta artrite é uma doença autoimune e que ainda não tem causas completamente conhecidas.
Apesar de favorecer o aparecimento da artrite, a depressão tem menor risco, quando tratada com antidepressivos.
Como tratar a Artrite Reumatoide e a depressão?
O tratamento contra a artrite leva em conta o diagnóstico precoce e o tratamento inicial, para evitar a progressão da doença. Identificar cedo a doença impede que a doença consiga prejudicar as cartilagens de forma extensa, o que levaria às deformidades ósseas precocemente e a mais limitações diárias.
É necessário, inclusive, evidenciar que o tratamento e acompanhamento da artrite possibilita reduzir os sintomas depressivos e da ansiedade. Porém, o acompanhamento com especialistas em saúde mental é necessário para trazer o melhor resultado para os pacientes.
O tratamento para a artrite pode ser feito com:
Medicamentos;
Tratamento cirúrgico;
Fisioterapia;
Fortalecimento muscular;
Viscossuplementação;
Soroterapia, entre outros.
Apesar de ser uma doença que ainda não há cura, é possível tratar a artrite reumatoide.
Tratar a artrite é um dos passos para garantir a qualidade de vida e a saúde em pessoas mais velhas, principalmente nas mulheres. Sem um tratamento eficaz e que leve em consideração as queixas dos pacientes, é mais do que possível que os pacientes se sintam isolados e desestimulados a continuar normalmente com as atividades diárias.
Por isso, encontrar profissionais que tragam as melhores metodologias para as doenças articulares é fundamental.
Conheça o Instituto Regenius, clínica com mais de 16 anos de experiência e mais de 24 mil pacientes atendidos. Com um tratamento multidisciplinar e uma abordagem completa, é possível reverter os quadros de artrite e impedir que os sintomas depressivos tomem conta da vida pessoal.
Entre em contato e agende uma consulta agora mesmo.
Fonte:
Vallerand IA, Patten SB, Barnabe C. Depression and the risk of rheumatoid arthritis. Curr Opin Rheumatol. 2019;31(3):279-284. doi:10.1097/BOR.0000000000000597
Vallerand IA, Lewinson RT, Frolkis AD, Lowerison MW, Kaplan GG, Swain MG, Bulloch AGM, Patten SB, Barnabe C. Depression as a risk factor for the development of rheumatoid arthritis: a population-based cohort study. RMD Open. 2018 Jul 11;4(2):e000670. doi:
10.1136/rmdopen-2018-000670. PMID: 30018804; PMCID: PMC6045711.
Sambamoorthi U, Shah D, Zhao X. Healthcare burden of depression in adults with arthritis.
Expert Rev Pharmacoecon Outcomes Res. 2017;17(1):53-65.
doi:10.1080/14737167.2017.1281744