A necrose óssea também chamada de necrose asséptica, necrose avascular ou osteonecrose, é uma condição rara e que possui um diagnóstico e tratamento difícil. Ocorre quando existe a morte do tecido ósseo de determinada parte de um osso e pode ocorrer, inclusive, no joelho. Ela é caracterizada pela falta de irrigação sanguínea que leva a esta morte tecidual e pode aparecer de forma espontânea ou devido a fatores como uso excessivo de corticóides, alcoolismo e doenças autoimunes, existindo a possibilidade do aparecimento devido à COVID-19.
No caso da COVID-19, a necrose avascular ainda está sendo estudada, e a sua incidência continua desconhecida. Esses casos ainda precisam ter sua causa definida, porém especialistas apontam o uso de corticoides para controlar a infecção como uma possível relação. Diante disso, qualquer dor em região articular com características atípicas após a infecção por COVID-19 deve ser avaliada criteriosamente.
Saiba mais sobre a Osteonecrose no joelho
Como já mencionado, a osteonecrose ou necrose avascular no joelho surge devido à uma incapacidade do corpo em garantir a irrigação sanguínea no local, o que leva à morte do tecido ósseo. Os fatores associados ao seu aparecimento são variados.
Entre os fatores estão:
- Alcoolismo
- Uso excessivo de corticoides
- Traumas locais
- Anemia falciforme;
- Diabetes;
- Doença de Chron;
- Embolia arterial;
- Exposição constante ou elevada à radiação;
- Lúpus Eritematoso Erimatoso sistêmico;
- Trombose;
A necrose é uma doença progressiva, o que significa que ela evolui com o tempo. Primeiramente, ela causa a morte das células ósseas, o que acaba por fissurar e fraturar o osso, levando a um possível colapso e que, por fim, leva ao desenvolvimento de artrose. Os tratamentos disponíveis visam diminuir a progressão da doença e tratar as dores.
A necrose avascular no joelho pode-se manifestar de forma variável, geralmente acometendo as duas articulações, iniciando em alguns casos como um quadro silencioso, porém, também pode se manifestar através de sintomas, como dor, dificuldade em deambular e deformidade. Pode começar a ser notada após uma dor aguda no joelho, normalmente após algum tipo de esforço como caminhadas ou subidas e descidas de escadas, sendo mais comum em pessoas com mais de 55 anos e obesas. Além disso, pessoas do sexo feminino também possuem uma maior incidência da condição.
No caso da osteonecrose secundária, a dor pode ser confundida com outras causas, piorando gradativamente.
É possível tratar a necrose óssea?
O tratamento para a necrose avascular é possível, porém, como sempre devemos mencionar, cada caso é diferente entre si. O tratamento para a necrose objetiva alívio da dor, diminuir a velocidade da progressão da doença, bem como auxiliar a restaurar a função da articulação acometida.
Casos iniciais
Medicações e terapias conservadoras podem reduzir os sintomas e ajudar o paciente a manter uma boa função articular. Essa forma de tratamento ocorre por um período mínimo de seis meses. Inclui o uso de analgésicos, repouso e fisioterapia. Além disso, a terapia por ondas de choque pode estimular a cicatrização do osso, aumentando também a quantidade de células ósseas e a promoção da melhora vascular.
Casos avançados
Para estes, a melhor opção é a cirurgia, podendo ser utilizado a descompressão com agulha, curetagem, osteotomia tibial proximal, uso de enxertos e próteses. Cada técnica possui suas indicações e a necessidade de um profissional experiente é essencial para um tratamento adequado.
Para saber qual tratamento é o ideal, o primeiro passo é diagnosticar a condição. Para isso, é necessário o acompanhamento médico de profissionais de confiança. Ortopedistas, como os do Instituto Regenius, podem realizar a identificação da condição por meio de diversos exames, como os de imagem. Inclusive, é preciso ressaltar que a ressonância magnética e a cintilografia são exames que podem ser utilizados para realizar o diagnóstico, estando alterados antes que haja alterações radiográficas.
De outra forma, com desenvolvimento de artrose, não é possível revertê-la e o tratamento deve ser direcionado para evitar a progressão e devolver a qualidade de vida, diminuindo dores e aumentando a mobilidade.
A necrose no joelho pós-COVID-19
A osteonecrose possui três principais causas que são os traumas locais, uso de corticóides e consumo excessivo de bebidas alcoólicas (causa associada ao alcoolismo). Porém, também pode ser causada de forma direta ou indireta por doenças.
Em pelo menos 4 casos, existem indícios de que a COVID-19 causou a osteonecrose, direta ou indiretamente. No momento, a única certeza é que o aparecimento da condição foi mais rápido que o usual, pois apareceu cerca de dois meses após o tratamento com corticoides, enquanto o normal para o tratamento seria de seis meses a um ano.
Durante a crise do SARS-Cov1, também foi verificado aumento da osteonecrose em pacientes durante um período de 3 a 36 meses após o tratamento.
Cuidados pós-COVID
A COVID-19 se apresentou como um fator novo na vida de praticamente todo ser humano na terra, afinal a última pandemia havia acontecido 100 anos antes. Além de ser um fato novo, o próprio vírus, ainda precisa ser estudado de forma completa para que se saibam seus efeitos a curto e longo prazo.
Para isso, é preciso que pessoas que sofreram com a doença entrem em contato após o aparecimento de sintomas para que possam ser estudados.
No caso da osteonecrose, a evidência ainda é pouca, mas é relevante. Por isso, caso existam dores e sintomas associados, é preciso consultar profissionais de confiança. No Instituto Regenius, estamos prontos para diagnosticar e tratar diversas condições ósseas. Entre em contato e agende uma consulta.
Fonte:
Angulo-Ardoy M, Ureña-Aguilera Á. Knee osteonecrosis after COVID-19. Fam Pract. 2021 Aug 27;38(Suppl 1):i45-i47. doi: 10.1093/fampra/cmab063. PMID: 34448481; PMCID: PMC8499746.
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