As lesões em praticantes de atividades físicas são comuns, porém acontecer a ruptura do bíceps distal é um fato raro. Estes casos compõem menos de 10% das lesões de bíceps. Porém, entender porque elas acontecem e como é o seu tratamento nos ajuda a entender como evoluir a sua técnica de tratamento.
Além dos braços, existem também muitas lesões nos ombros. Leia mais sobre em:
Abaixo, vamos ver mais sobre o que é o bíceps, como acontece a lesão e ainda como é o seu tratamento:
Saiba mais sobre o bíceps
Bíceps, como o próprio nome diz, é um músculo composto por duas cabeças que fica entre o ombro e o cotovelo, possuindo dois tendões separados. Estes se unem no braço formando um só tendão que adentra o cotovelo. Esta região é a que chamamos de bíceps distal, também sendo onde ocorre a lesão tema deste texto.
O bíceps atua para flexionar o antebraço e supinar o antebraço, movimentos muito comuns no dia a dia e que podem ser percebidos fundamentalmente em exercícios isoladores e compostos na academia. Fora dela, temos exemplos como puxar uma porta ou desenroscar uma rolha.
As cabeças do bíceps podem ser separadas em:
Cabeça longa
A cabeça longa puxa o braço para longe do tronco, o movimento de abdução, e o gira internamente na rotação interna,
Cabeça curta
Já esta, faz o movimento de puxar o braço junto ao tronco, no movimento chamado de adução.
Como acontece a lesão do bíceps distal?
A lesão do bíceps distal é uma lesão rara. Ela corresponde a apenas 10% das lesões tendíneas do bíceps. Sua ocorrência se dá normalmente em homens entre 30 e 50 anos no momento da prática de exercícios físicos. A lesão ao acontecer pode causar uma leve dor que evolui para a total impossibilidade de continuar tendo mobilidade.
Essa lesão costuma acontecer em exercícios como remadas, rosca bíceps e puxadas diversas, sempre no momento de puxar o bíceps em direção ao corpo. Em termos técnicos, é um mecanismo de trauma em levantamento de peso com cotovelo fletido em 90º ou com contração do bíceps contra resistência inesperada. Como é uma lesão de ocorrência rara, não existem grandes fatores de risco, porém o tabagismo, uso de esteroides, doenças autoimunes e o normal contribuem para o enfraquecimento muscular da idade podem contribuir para causar o problema.
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Como diagnosticar a lesão?
O primeiro ponto a ficar atento é o relato do próprio paciente. Isto se deve a quase todos que sofreram a lesão terem ouvido uma espécie de estalo, como um rasgo no antebraço ou cotovelo ao realizar o movimento desejado. Também é preciso que o paciente relate qual movimento era feito para o diagnóstico preciso.
Além disso, entender quais os sintomas apareceram também é fundamental para um tratamento eficaz. Eles podem incluir fraqueza e falta de mobilidade para as atividades cotidianas.
Na parte do exame físico, é possível identificar cotovelo com inchaço, hematoma no local e deformidades no tendão. Ainda podem ser realizados testes como o bíceps squeeze test/Rulland e o Hook test para entender melhor o que aconteceu.
Alguns exames de imagem também podem ajudar a confirmar:
- Radiografia do cotovelo
- Ultra-sonografia
- Ressonância Magnética
Como tratar este tipo de lesão?
A ruptura de bíceps necessita de um tratamento aprofundado combinando medicação, cirurgia e tratamento conservador, sempre levando em conta a recomendação médica, o desejo e o perfil do paciente e a necessidade do mesmo para o seu dia a dia. Além disso, o tempo conta muito para a recuperação, já que o tratamento cirúrgico deve ser realizado em até três a quatro semanas para não haver dificuldades na mesma por conta de oclusões.
Tratamento cirúrgico
No caso de pacientes mais jovens que usam o membro para lazer, esporte ou trabalho, a cirurgia é o tratamento mais recomendado para devolver a vida normal ao mesmo. Além disso, ela também corrige a deformidade estética que acontece após a ruptura do bíceps distal ocorrer.
A cirurgia pode ser realizada de diversas formas e envolve, necessariamente, sedação do paciente. A técnica mais comum vai identificar a ponta do tendão rompido e a região do rádio onde o tendão deveria estar inserido. Após essa preparação, o local é suturado e amarrado para existir a volta da mobilidade e a cura da lesão.
Já para casos crônicos, uma outra técnica pode ser o enxerto de tendão do próprio paciente ou de doador já falecido. Nestes casos, essa técnica se mostra necessária pois o tendão perdeu elasticidade.
Pós operatório
Ao realizar a cirurgia, o paciente deve ficar com o membro imóvel por, pelo menos 15 dias, em tipóia no ângulo de 90º. Com o começo da cura do tendão rompido e das incisões cirúrgicas, o paciente pode começar a realizar pequenos movimentos na fisioterapia e, após alguns meses, pode começar o trabalho de fortalecimento muscular. É importante ressaltar que, no caso do rompimento total, a volta para um ritmo normal em uma musculação é lenta, progressivo e deve ser tratado com cautela.
O melhor tratamento é a velocidade
A ruptura do bíceps distal é um fato bem raro quando pensamos em ocorrências de lesões no bíceps. Porém, ele pode representar dores e faltas de mobilidade que atrapalham a vida de pessoas de várias idades. Por isso, a celeridade no tratamento desta rara condição é fundamental.
No caso da suspeita dessa lesão, entre rapidamente em contato com uma emergência médica ou seu médico de confiança e relate o problema. A rapidez pode trazer de volta a qualidade de vida em poucos meses.